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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Lobo ibérico - Canis lupus signatus
lobo da Península Ibérica é uma subespécie do lobo cinzento (Canis lupus) e a sua população deve rondar entre 1600 e 1700 lobos; destes, 150 a 200 habitarão o nordeste transmontano. Um pouco mais pequeno e leve que as restantes subespécies do lobo cinzento, o lobo ibérico mede entre 131 e 178 cm de comprimento (machos) e 132 cm e 165 cm (fêmeas) e pesa, no caso dos machos, entre 20 e 41 kg (média 32 kg) e, no caso das fêmeas, entre 20 e 36 kg (média 28 kg). A pelagem é de coloração geral acinzentada, com a zona dorsal castanho-amarelada, mesclada de negro, particularmente sobre o dorso. A zona ventral é clara, de tom em geral branco amarelado. O branco da garganta prolonga-se nas faces. A cauda é acinzentada, com a ponta negra e tem ainda uma pequena mancha dorsal negra no seu terço superior. Apresenta manchas avermelhadas por detrás das orelhas e manchas mais claras no focinho e na garganta. Os membros dianteiros apresentam, na parte da frente, uma faixa longitudinal negra. Os olhos são oblíquos e cor de topázio. A mudança de pelagem de Inverno para a de Verão ocorre em Março/Abril e o fenómeno inverso em Outubro/Novembro.
Embora cace quase sempre sozinho, o lobo vive em alcateia. O número de animais em cada alcateia parece variar entre 3 a 5 indivíduos no fim do Inverno e entre 7 a 10 animais no Verão, após o nascimento dos lobachos. Estas alcateias parecem ser compostas por dois animais reprodutores, por outros animais adultos e subadultos (descendentes ou não do par reprodutor) e pelos lobachos que nascem em cada ano.
As deslocações efectuam-se em geral durante a noite, período durante o qual os lobos são mais activos. Durante o ciclo de 24 horas, têm dois períodos de maior actividade, que coincidem com o anoitecer e o amanhecer.
A alimentação é muito variada, dependendo da existência ou não de presas selvagens e dos vários tipos de pastoreio presentes em cada região. As principais presas selvagens do lobo são o javali, o corço e o veado, e as presas domésticas mais comuns são a ovelha, a cabra, o cavalo e a vaca. Ocasionalmente também mata e come cães e aproveita cadáveres que encontra.
As suas tocas são buracos situados em zona de vegetação densa, debaixo de rochas, em grutas ou aproveitando e alargando tocas de raposa. As lobas parem uma ninhada por ano, após um período de gestação de cerca de 2 meses. As crias, entre 3 e sete indivíduos, nascem com os olhos fechados e têm inicialmente necessidade constante dos cuidados maternais. Por volta dos 11 a 15 dias de vida, abrem os olhos, mas só começam a ver relativamente bem já com várias semanas de idade. Nesta fase, as crias têm os seus movimentos bastante limitados, só movimento-se apenas junto à toca e com a progenitora sempre na sua proximidade. Vivem um máximo de 15 anos
Ao contrário do que se pensa, o lobo não é perigoso para o homem, sendo bem mais verdade o contrário. Durante o século XIX, os lobos eram numerosos em Portugal, estando presentes em praticamente todo o território nacional. Contudo, já no início do século XX era visível o seu declínio e apesar do actual estatuto de conservação do lobo, os estudos até agora realizados sugerem que a sua população continua a diminuir Portugal. Às causas históricas do seu declínio, como sejam a perseguição directa e a das suas presas selvagens pelo Homem, acrescem, nos últimos anos, as alterações de habitat (devido sobretudo à destruição da floresta) e a diminuição do número de cabeças de gado (devido ao abandono da pastorícia tradicional). Embora protegido por lei, o lobo é capturado e morto ilegalmente, verificando-se, inclusivamente, o abate de lobitos nas tocas. Isto resulta do ódio que o lobo desperta por atacar os animais domésticos. De facto, a escassez de presas naturais, provocada pela excessiva pressão cinegética sobre os cervídeos e pela destruição do seu habitat, leva a que, de facto, os lobos por vezes ataquem os animais domésticos. No entanto, em áreas onde as presas naturais abundam, os prejuízos provocados pelo lobo no gado são quase inexistentes. Ao mesmo tempo, pensa-se que presentemente existam centenas de cães abandonados a vaguear pelo país, que competem com o lobo na procura de alimento e que com ele podem hibridar, sendo provavelmente responsáveis por muitos dos ataques a animais domésticos incorrectamente atribuídos ao lobo.
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